BRIEFING, o que é e como fazer um

criatividade

Briefing é a peça chave de toda criação. Principalmente quando se fala de publicidade e design. Para toda criação é necessário que tenha em mente o foco, o target, o alvo. Vamos objetivar trabalhando em cima do design, mais especificamente (porém nem tanto, né?). Vou fazer um esforço para não canalizar uma área do design. Todos podem seguir estas regras, seja design de interiores, design de produto, webdesign, design gráfico, design em suas múltiplas facetas e aplicações.

O que é um BRIEFING?

Briefing é o conjunto de perguntas previamente determinadas para a composição de diretrizes que irão nortear a criação do produto/serviço solicitado. Briefing é o conjunto de perguntas que ajudarão a cercar o problema do cliente a ponto de conseguires perceber exatamente o que o cliente deseja, o que o cliente espera, os resultados que podem ser atingidos, ferramentas/linguagem que deve ser empregados.

Portanto Briefing é essencial antes mesmo de qualquer pesquisa, antes de qualquer tipo de envolvimento ou empenho em cima do problema. É o pontapé inicial da partida. Ninguém ganha jogo antes do apito inicial do juiz, o gol só vale dentro do tempo regulamentar. Mas alguém pode dizer: “Eu acho que se ganha a partida antes mesmo do começo, dependendo das estratégias e posturas, o jogo já pode começar em vantagem, não é verdade?” – e eu digo: é verdade. Portanto faça desta estratégia preliminar a criação do melhor briefing que puderes.

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Andei fazendo uma pesquisa faz algum tempo, lembro de ver uma entrevista com Peter L Phillips (é um especialista reconhecido internacionalmente no desenvolvimento de estratégias de gestão empresarial concepção e programas)  que relatou ao Conselho do Design de Londres estatísticas de mega empresários amigos dele, onde um relatou que um briefing bem preparado reduz cerca de 15% o tempo de criação e acerto. Outro, porém, disse que um briefing consistente pode reduzir até 50% do tempo de acerto. Eu acho realmente que estes números fazem parte de uma estatística que trabalha com médias. Ou seja, muitas vezes o tempo pode ser menor que 50%, mas pra elevar esta média, significa que muitas vezes este número ultrapassam os 50%.

Neste mesmo material falava em não economizar. Listar o maior número de perguntas possíveis. Tinha um número que me me chamou a atenção: um briefing bem elaborado têm no mínimo 20 páginas. Pode? Claro. Minhas pesquisas não chegaram tão longe (ainda) mas Deus pode fazer com que eu chegue no impossível. Digo isso porque os meus não passavam de 3 páginas. Eu sei que deveria estar com verginha de falar isso, mas serve pra mim encarar os fatos e tomar a decisão de evoluir. Mas sempre lembre, não é para “encher linguiça” – é para reunir o maior número possíves de perguntas úteis, inteligentes, perguntas que irão te dar respostas práticas. Perguntas diretas e subjetivas.

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Quanto as peguntas, como reunir as que te levem à respostas que precisas? Boa, isso é o tendão de aquiles. Aqui é que está o grande abismo onde uma única ponde de corda e madeiras enfileiradas, uma a uma, lado a lado, poderão te levar ao outro lado. Claro que nunca achei uma resposta exata, é tudo muito amplo, relativo e pessoal. Pense nas perguntas, pense nas respostas, e sempre se coloque no posto do cliente. Faça perguntas para pessoas de fora, tipo irmão, irmã, marido, namorada, mãe, amigo, sei lá. Elas poderão te dar uma noção de quão consistente você estará sendo. Claro que deves dar uma breve introdução. Caso esteja em dúvida entre uma ou outra pergunta, is not a big deal, sem problemas – tire a pergunta ou mantenha – tanto faz. Não é porque tem uma ou outra tábua quebrada no meio da ponte que impedirá você de atravessar, não é mesmo? O problema é se tiveres um conjunto de perguntas que não te trazem respostas claras. Da mesma forma que terás um buraco em sua ponte, terás um buraco onde sua criatividade poderá escapar. Isso pode significar um erro de percurso, consequentemente uma reprovação do seu trabalho final.

Colhi um material muito interessante, pesquisei e por muito tempo batalhei para criar um “modelo” onde pudesse disponibilizar a todos, além de ser um grande exercício pra mim. Mas tudo começou a ficar tão grande, não via o fim, parecia que a cada vez que atravessava uma porta, existia um novo universo a desbravar. Portanto não tenho nenhuma fórmula mágica ou roteiro pronto. O que posso dizer é que meus briefings têm perguntas específicas e variáveis. Específicas são aquelas que dão uma resposta direta e clara e se repetem de cliente para cliente, de peça para peça. Por outro lado, as variáveis são subjetivas, mudam conforme o cliente, conforme o trabalho ou conforme a resposta que desejo obter. Por exemplo: Específica – Existe alguma cor ou conjunto de cores pré-definidas para este material? – veja como ela pode migrar para qualquer cliente, para qualquer trabalho (na minha área pelo menos). Variável – Defina a faixa etária do público-alvo masculino: – Podemos perceber que esta pergunta pode ser totalmente desnecessária para a criação de um logotipo de uma empresa de telefonia, agora essencial para a criação de uma embalagem de preservativos, ou comercial de cerveja ou bebida em geral.

Bem, fico por aqui. Espero que tenha ajudado. Deixem comentários e links pra blogs interessantes em Design. Vai fomentar minha imaginação e trazer conteúdos cada vez melhores.

Abraço a todos.

LPM/designer